Vamos falar sério?
O que vem à sua cabeça quando alguém te pergunta o que é um banco de dados? Diferente da imagem deste post, não acredito que seja possível sentar-se sobre um banco de dados, porque estamos nos referindo a tecnologia.
Mas engana-se quem acha que apenas existem esses tipos “tecnológicos”, e aí pergunto: “lembra aquela cadernetinha da mercearia do bairro?”, pois é, ali também é possível encontrar inúmeras informações, tais como: nome, endereço, telefone, valores, produto e filiação.
Suponha que uma pessoa mal-intencionada vá até à mercearia do nosso herói e furtivamente surrupie a caderneta. Bom, se não existir uma espécie de backup dessa cadernetinha, a mercearia pode ter um prejuízo, pois será necessário recuperar as informações que estavam escritas naquele “banco de dados”.
Agora vamos ao que interessa, os bancos de dados são enormes repositórios de: dados! Qualquer sistema precisa armazenar informação em algum lugar, e é disso que se trata, uma enorme piscina com dados diversos. Para que tudo faça sentido, é preciso manipular esse monte de dados e transformar em algo útil, como um relatório de vendas.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em seu artigo 5º esclarece:
V - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou físico;
Conseguiu entender? Não são apenas nos bancos de dados eletrônicos que precisamos ter cuidado com os nossos dados pessoais, mas também, nas inúmeras “fichas de cadastro” que preenchemos por aí.
Se você trabalha em um local com muitas folhas que contenham dados pessoais, após o devido uso, nada mais importante do que uma “picotadora de papel”, pode ser qualquer uma, não vou fazer apologia às marcas existentes! Tenha certeza de que os dados que constam naqueles papeis não poderão ser lidos novamente após o descarte seguro (falaremos disso em um post futuro).
Agora, se você está do outro lado da prancheta, ou seja, está fornecendo os dados, use o critério: “para que meus dados serão usados?”. Lembre-se que o direito de não consentir é seu.
Recentemente li uma matéria sobre uma suposta pesquisa que estava ocorrendo em um cinema. Pessoas vestindo camisa de agência de viagens ficavam a postos próximas dos cartazes e interceptavam mães com crianças. Pediam dados afirmando que se tratava de uma campanha na qual a criança vencedora iria para um parque temático famoso em uma cidade nos Estados Unidos!
Pode parecer brincadeira, mas houve até um pouco de fila para o tal cadastro da promoção!
Adivinhem, era um golpe! Enquanto as mães e crianças estavam na sessão de cinema se divertindo, os bandidos ligavam para os números de telefone e informavam ao pai que sua esposa e filho (a) foram raptados.
Esse é só um pequeno exemplo do que uma pessoa mal-intencionada pode fazer com seus dados pessoais, a lista é gigantesca, pois os criminosos precisam ter muita criatividade em seu ramo de trabalho!
Obs.: no próximo post da série LGPD para Leigos! vamos falar sobre dados anonimizados. O nome é engraçado, mas é assim mesmo.
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